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Dr. Urubu e outras fábulas
Código da coleção 0718 P23 03 01 000 000
de Ferreira Gullar, Ilustração: Cláudio Martins

Sinopse

Considerado um dos mais importantes poetas brasileiros de todos os tempos, autor do monumental Poema sujo, entre outros clássicos de nossa literatura, Ferreira Gullar (1930-2016), compôs uma vasta e premiada obra para crianças e jovens. Dr. Urubu e outras fábulas, ambientado em um engraçado e lúdico mundo animal, vem reafirmar a preocupação de Gullar com os aspectos sociais, as relações, muitas vezes desiguais, entre os homens e os bichos. Nada escapa ao olhar do poeta, sempre atento e crítico, atiçando a curiosidade de pequenos e adultos.

As poesias espelham crianças descobrindo os fascinantes animais que vivem ao redor de nosso cotidiano, como o cachorro e o papagaio, mas, também, traz o elefante e a girafa, que conhecemos apenas nas visitas aos zoológicos. Sempre com alto teor lírico, num universo cheio de magia e humor.

A bicharada está solta na força da imaginação e da poesia de Ferreira Gullar, com as belas ilustrações de Cláudio Martins.

Dr. Urubu e outras fábulas recebeu a menção de Altamente recomendável, da FNLIJ, em 2005.


Código: 0718 P23 03 01 000 000 Vestígio Total de páginas: 48


Leia a obra


Autoria

Ferreira Gullar

Ferreira Gullar Poeta, crítico de arte, dramaturgo, ensaísta, ficcionista e tradutor, Ferreira Gullar é considerado o maior poeta em atividade do Brasil. Nasceu José de Ribamar Ferreira, em São Luís do Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Foi na adolescência que descobriu a poesia clássica e, em seguida, os poetas modernistas.

Em 1948, aos dezoito anos, para não ser confundido com um certo José Ribamar Pereira, cuja escrita tinha qualidade duvidosa, e porque Ribamar era nome bastante comum no Maranhão, passou a assinar Ferreira Gullar, usando o Ferreira do pai com uma versão inventada do Goulart da mãe. Aos dezenove, publicou seu primeiro livro, Um pouco acima do chão, considerado por ele imaturo, tanto que o excluiu do volume Toda poesia. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951 e, em 1954, casou-se com Thereza Aragão, com quem teve três filhos: Paulo, Luciana e Marcos.

Gullar considera A luta corporal, de 1954, seu livro de estreia. Em 1955, publicou O formigueiro, época em que o poeta buscava romper com as tradicionais convenções poéticas e com a sintaxe. No início dos anos 1960, deixou a vanguarda para se dedicar à poesia politicamente engajada, ingressando no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). São dessa época as obras João Boa-Morte: Cabra marcado para morrer e Quem matou Aparecida.

Em 1º de abril de 1964, data do golpe militar, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Em 1971, ameaçado pela ditadura, decidiu partir para o exílio. Viveu em Moscou, Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Exilado, colaborou com O Pasquim, sob o pseudônimo de Frederico Marques. É desse período o Poema sujo, escrito quando morava em Buenos Aires e considerado sua obra-prima. O longo poema, que reúne lembranças da vida no Maranhão e da política brasileira, foi gravado em uma fita cassete e trazido clandestinamente para o país por Vinicius de Moraes. O livro foi lançado em 1976, mas Gullar só voltaria ao Brasil em 1977. Foi preso no dia seguinte de sua chegada ao Rio de Janeiro, sendo interrogado e ameaçado por três dias. Acabou solto graças ao esforço de amigos e por pressão internacional.

Além de ter sido indicado, em 2002, ao Prêmio Nobel de Literatura, Ferreira Gullar recebeu diversos prêmios, entre eles: dois Molière, pela peça Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, que escreveu em parceria com Oduvaldo Vianna Filho (1966), e pela tradução de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand (1985); três Jabutis, por Muitas vozes (Poesia, 2000), Resmungos (Livro do Ano, 2007) e Em alguma parte alguma (Livro do Ano, 2011); o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra (2005); e o mais importante das letras lusófonas, o Camões, em 2010.

Desde de 2014, ocupa a cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono o poeta e inconfidente mineiro Tomás Antônio Gonzaga.

Ilustração

Cláudio Martins

Cláudio Martins Nasci em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ganhei alguns prêmios em salões de pintura e desenho, participei de Bienais de Arte, mas preferi estudar Desenho Industrial e produzir imagens em quantidade, espalhar desenhos.

Comecei ilustrando capas de livros (foram mais de mil), uma maravilhosa experiência. Trabalhei em projetos de tecnologias alternativas, cultura, e, um dia, cansado da lógica irracional dos adultos, resolvi cair de sola, de cara e de coração na literatura infantil e juvenil. Desenhei para muitos autores, uma montoeira de personagens, tudo o mais divertido que pude. Ganhei prêmios internacionais e nacionais, mas não ligo para eles.

Outro dia me perguntaram: “Se você fosse dar uma dica para quem quer se tornar autor ou ilustrador, o que diria?”. Respondi: “Não deixem que lhes entupam a cabeça com regras. Sejam livres, rabisquem. Rabisquem e garatujem o mundo do jeito que gostam. Quando o papel da meninice acabar, usem a vida para rabiscar”.

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